22 de jul. de 2014

GARRAFA TÉRMICA!

"Nossa história termina por aqui, assim como os verbos conjugados na primeira pessoa do plural. Resista a segundas tentativas, último beijo e esperanças desnecessárias; faça bem para si e esqueça nossos momentos felizes, aproveite, apague os tristes e me transforme em um borrão em sua mente. Não me diga que somos para o resto da vida; eu odeio restos. Restos de carinho, de café e, principalmente, restos de ti. Não se apegue no pouco de mim que sobrou em seu coração indeciso, permita-se ir.


Agora você é o garoto de camisa xadrez e eu a menina do batom vermelho, apenas meros desconhecidos. Refiro-me como desconhecidos não desmerecendo todo o conhecimento que tivemos durante o nosso relacionamento, mas, sim, porque pouco importa o nosso passado quando não saberemos nada do futuro um do outro. Provavelmente, eu não seja a garota com os lábios pintados de vermelho por muito tempo e amanhã você use a mesma estampa de roupa. E é aí aonde a graça se esconde: separados somos diferentes, o que resolve metade de nossos problemas.


Pode ir, não precisa dramatizar a cena segurando minha mão ou me dando um abraço de despedida. Odeio despedidas, uma vez que esta nada mais são do que restos do que, supostamente, duraria resto da vida; você deixou resto de café na garrafa térmica e eu não reclamei, mas é como eu já disse: resto do resto é demais para o meu estômago."

(http://isabelafreitas.com.br)

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